Recentemente, a notícia de que uma influenciadora teria vendido a íris de seu olho por R$650 chamou atenção da web. Logo após a venda, a moça de 22 anos relatou arrependimento e receio de ter os seus dados pessoais expostos.
A empresa responsável pela compra, a ‘World’, disse que a iniciativa que registra a íris de humanos para que ela sirva como uma "impressão digital" mais avançada, tem como objetivo diferenciar pessoas de robôs cada vez mais convincentes.
De renda extra a proibição do governo
Para muitos moradores de São Paulo, uma das cidades dos 18 países onde o projeto atua, ter o olho fotografado era um jeito de ganhar um dinheiro extra: cerca de R$600 em criptomoedas (na cotação da última sexta-feira, 24).
Muitas dessas pessoas, em estado de vulnerabilidade e residentes das grandes periferias paulistanas, alegaram que a empresa garantiu que o procedimento não infringiria os dados pessoais delas.
Mas, no último sábado (25), ficou decidido que o projeto não poderá mais remunerar seus ‘colaboradores’, segundo a determinação da Agência Nacional de Proteção de Dados (ANPD). O órgão é responsável por fiscalizar o cumprimento da Lei Geral da Proteção de Dados (LGPD).
Em justificativas, foi apontado que essa interferência pode acontecer "especialmente em casos nos quais potencial vulnerabilidade e hipossuficiência (expressão jurídica que se refere à falta de condições financeiras) tornem ainda maior o peso do pagamento oferecido".