Em uma conversa franca concedida ao F5 da Folha de São Paulo, o icônico humorista Renato Aragão, conhecido nacionalmente por seu personagem Didi, utilizou sua voz para abordar uma série de questionamentos que circulam sobre sua vida pessoal e profissional. Após vir à tona uma polêmica sobre suposta rejeição de sua filha Juliana devido à sua orientação sexual e pedidos de ajuda financeira nas redes sociais, o humorista, aos 90 anos, abordou diversos temas sobre sua vida pessoal e profissional.
Aragão iniciou a conversa refletindo sobre a dualidade da notoriedade, afirmando "A fama traz dois lados, com os quais eu sempre lidei. Sempre carreguei o 'outro lado', de forma discreta, com o meu humor, tentando poupar os meus filhos, minha mulher, valorizando o que tem valor, que é o meu fã, a história do meu trabalho, dos meus colegas, dos filmes e dos programas de TV que fizemos juntos, das conquistas que tivemos, do que construímos. Nunca quis dar valor ao que não merece porque não agrega nada nem à minha história nem ao dia a dia de ninguém. E aí sempre optei por me calar. Deixar a banda passar." disse
Quanto a polêmica que tomou conta das redes sociais, ele rebateu "A Juliana é minha filha tanto quanto o Paulinho, o Ricardo, o Renato Jr e a Livian. Nunca fiz diferença nem pela escolha sexual dela nem por ser adotiva. Filho é filho. E sobre dinheiro, nunca tivemos problema nenhum quanto a isso. Toda vez que ela precisou, ela teve. Meus filhos são autônomos, trabalham como diretores e músicos e estamos sempre juntos mesmo eles tendo suas próprias vidas e famílias. Não escondo ninguém, minha família sempre foi pública, tá até no Google, mas eles são discretos e têm vida própria e particular" disse!
Ele também tranquilizou os fãs sobre sua saúde "A minha saúde física está ótima, embora a pandemia tenha me dado uma bordoada boa. Passei dois anos trancado em casa, o que me deixou bem isolado. Faço minhas caminhadas todos os dias, faço esteira, continuo trabalhando, escrevendo, estou com vários projetos em andamento, tenho comparecido a eventos, cuido das minhas plantinhas, vou a banco, shopping, supermercados (que eu amo), tenho vários cachorros e um monte de gatos." afirmou.
Sobre as especulações acerca de uma suposta relação difícil com seus colaboradores e seu temperamento rude o humorista fez questão de esclarecer seu papel nos bastidores de "Os Trapalhões" ele ressaltou que, além de ator, exercia uma liderança na produtora RA, responsável por gerar cerca de uma centena de empregos por filme em duas produções anuais "Não é da minha natureza ser uma pessoa rude ou áspera. Diferente do Didi, o Renato é um capricorniano que ama trabalhar. Minha paixão pelo trabalho foi o que fez a minha carreira ter tanto sucesso, porque eu me dediquei muito. Eu sempre tentei dar ouvido a todos, mas tinha que manter voz de comando porque era muita gente, em produções imensas. Eu era responsável pelos empregos de todas aquelas pessoas, pelo sustento da família de todo mundo. Olha o tamanho da responsabilidade. Não era só o Didi fazendo piada." negando as especulações de seu temperamento.