PELA ATUAÇÃO DA ATRIZ PROTAGONISTA, “BABYGIRL” MERECIA CHAMAR-SE “NICOLE!”

Novo filme da diretora Halina Reijn é mais sobre protagonismo do que erotismo

14/01/2025 às 10h00 Atualizada em 14/01/2025 às 13h54
Por: Flávio Melo
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Imagem: Divulgação / Diamond Films Brasil
Imagem: Divulgação / Diamond Films Brasil

Romy é uma empresária de sucesso, que encontra em seu estagiário a oportunidade de realizar fantasias rejeitadas pelo marido. Mãe de duas filhas e presa ao retrato da família exemplar, sua maior frustração é não ter orgasmo com o homem no qual está casada há 19 anos.

 

Esta é a premissa de "Babygirl" - filme da diretora holandesa Halina Reijn -, estrelado por Nicole Kidman, Harris Dickinson e Antonio Banderas, que acaba de chegar aos cinemas do Brasil.

 

Aos 57 anos, Kidman, uma das atrizes mais premiadas do mundo e indicada cinco vezes ao Oscar, enfrenta mais um desafio em sua carreira, interpretando uma mulher complexa e cheia de nuances. Não à toa, foi escolhida, em 2024, a melhor atriz no Festival de Veneza. Entretanto, perdeu para Fernanda Torres, pelo filme "Ainda estou aqui", o Globo de Ouro na categoria de atuação feminina de drama.

 

Imagem: Imagem: Divulgação / Diamond Films Brasil

 

Diretora de longas como "Instinto" (2019) e "Morte. Morte. Morte" (2022), Reijn ousa em explorar a submissão, vista, por homens e mulheres, como obscena, imoral e impura. No entanto, aqui, é chave de um roteiro conciso e perspicaz sobre moralismo e suas infinitas interpretações.

 

Samuel, vivido por Dickinson, despe Romy de seus preconceitos e a enxerga através, libertando os fantasmas de uma esposa incompreendida e, falsamente, comprometida consigo mesma.

 

Quanto a trilha, um dos pontos altos do filme, cada ato é, minuciosamente, moldado por canções que criam atmosferas. É o caso de "Never tear us apart", do INXS, e "Father figure", do inesquecível George Michael. E acredite, todas coadjuvam na composição de cenas brindadas por atuações pungentes.

 

Por fim, "Babygirl" recebeu o título que precisava ter e, até por isso, não ganhou tradução em português. Todavia, pelo desempenho intrínseco da atriz protagonista, merecia chamar-se "Nicole!"

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Flávio Melo
Sobre o blog/coluna
Flávio Melo é jornalista, crítico de TV, streaming e cinema, podcaster, cronista e criador de conteúdo. No Instagram, sua coluna possui mais de 80 mil seguidores. É um dos idealizadores e apresentadores do "Pod tudo e + um pouco" - canal com mais de 11 milhões de visualizações no YouTube -, onde entrevista, semanalmente, celebridades de diversas áreas do entretenimento. Além de participações no “Link podcast” (Record Entretenimento), é um dos colunistas do programa “Tarde top” (Rede Brasil), apresentado por Nani Venâncio, e escreve para o portal "Super life Brasil".
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