Assim que “Conclave” terminou, pensei: “que final, senhores... que final!”.
Em cartaz nos cinemas brasileiros, o filme dirigido pelo diretor alemão Edward Berger, o mesmo de “Nada de novo no front” - vencedor de quatro Oscars em 2023 -, é um thriller repleto de conspirações e com uma trilha imponente, capaz de tensionar, ainda mais, cada cena apresentada ao público.
Vencedor do Globo de Ouro de melhor roteiro, o longa foi adaptado do livro de mesmo nome - escrito por Robert Harris -, lançado em 2016.
Após a morte do atual papa, o cardeal Lawrence é chamado para conduzir o processo que escolherá o mais novo pontífice. No entanto, o Vaticano entra em colapso quando poderosos se reúnem e passam a tramar entre si, a fim de conseguirem a maioria dos votos que os levarão ao mais alto escalão da igreja católica.
Discutindo fé e moral, o filme, indicado a oito Oscars, é um soco no estômago. Mentiras e armadilhas são o recheio desta produção que, sem dúvida, põe em debate o catolicismo e sua maneira de explorar a fé.
Merecedor de aplausos, o elenco, encabeçado pelo gigante Ralph Fiennes, é formado por Stanley Tucci, John Lightnow, Isabella Rossellini e Carlos Diehz, como o cardeal Benitez, responsável por um dos plot twists mais inesperados do cinema. Aliás, é dele também o melhor monólogo de todo o longa, que nos faz refletir sobre os diferentes dogmas adotados pelas religiões e os lesivos desvios de conduta em nome de Deus.
Finalmente, qualquer coisa a mais será spoiler. Por isso, apenas uma recomendação: assista “Conclave”. Pode não ser um filme que nos arrebate logo de primeira, porém, assim como um bom segredo, é preciso tempo para que se torne intrigante.
NOTA: 9,0